Os Trabalhadores da Varandas de Sousa, ex SOUSACAMP, agora detida pelo consórcio “CORE CAPITAL / SUGAL”, apresentaram hoje, à Administração da empresa, o seu caderno reivindicativo para o ano de 2022.
As reivindicações foram debatidas e acertadas nos plenários que o SINTAB realizou, nos diversos estabelecimentos da empresa, durante o mês de janeiro.
Além da necessidade de melhoria dos salários, majorada em função do conhecimento e da senioridade, os Trabalhadores reivindicam um subsídio de alimentação de 7 euros, em contraponto com o atual de 2,5 euros que não cumpre o seu propósito, o de permitir adquirir uma refeição digna em qualquer uma das áreas de implementação das fábricas do grupo.
Os Trabalhadores reivindicam ainda o aumento do tempo com a família, propondo a diminuição da carga semanal de trabalho para 35 horas e o aumento das férias para 25 dias sem restrições, o que lhes permitirá uma maior qualidade de vida e, consequentemente, a melhoria dos seus índices de produtividade.
Por fim, e porque a sua atividade não se enquadra, na prática, no conceito tradicional de atividade agrícola, os Trabalhadores propõem que se iniciem conversações no sentido de um acordo para implementação de um IRCT próprio.
Na comunicação destas reivindicações, o SINTAB requereu já à Administração da empresa o envio de uma contraproposta, bem como o agendamento de uma reunião para a próxima segunda feira, dia 14 de fevereiro.
A Varandas de Sousa é líder nacional na produção e venda de cogumelos frescos. Depois de um processo de insolvência do grupo Sousacamp que envolveu o perdão de cerca de 60M€ de dívidas, foi adquirida pela “Core Capital”, um fundo de investimentos que, em parceria com a SUGAL (player destacado no setor da hortofruticultura) tem executado um plano de recuperação da empresa que passa, sobretudo, pelo regresso à produção própria de composto, a base da produção de cogumelos.
A empresa tem 3 unidades de produção, uma em Vila Flôr, outra em Vila Real, e uma outra em Paredes, e emprega cerca de 340 trabalhadores.
Recentemente, a Administração fez saber que a empresa se encontra em processo acelerado de recuperação, com as vendas “a crescerem 28% em apenas um ano“, mantendo “uma quota de mercado de cerca de 85%“.
Nos plenários patrocinados pelo SINTAB, os Trabalhadores, na sua quase totalidade mulheres, têm demonstrado altos índices de predisposição para a reivindicação de melhorias de rendimentos e direitos, especialmente porque foram a base fundamental da recuperação agora publicitada e não viram, ainda, quaisquer sinais de ressarcimento pela abnegação e espírito de sacrifício que demonstraram e que tão bons resultados deram.
O SINTAB tem tido papel preponderante na defesa dos Trabalhadores perante inúmeros ataques que, ainda hoje, são direcionados aos trabalhadores, com a finalidade de explorar ao máximo as pessoas que ali trabalham, um recurso que devia ser valorizado.
Nos últimos tempos, o SINTAB tem denunciado também o abuso do recurso à mão de obra estrangeira, muito assente em trabalhadores sem vínculo, muitas vezes provenientes da imigração ilegal.