Ausência de acordo para aumento salarial dita greve dos Trabalhadores da Super Bock

A ausência de acordo para aumento salarial na Super Bock levou ao agendamento de uma greve com paragens parciais em todos os turnos, nos dias 5, 6, 7, 8, 9 e 10 de agosto. Os Trabalhadores protestam assim contra o desrespeito da empresa pela lógica negocial e a não observância de paralelismo com a distribuição de lucros pelos acionistas.

Greve na Super Bock

Greve na Super Bock

Os Sindicatos tinham apresentado, em novembro de 2020, uma reivindicação de aumento salarial de 90€ e diversas melhorias no clausulado do seu Acordo Coletivo de Trabalho, de onde sobressaíam o direito a 25 dias de férias e 35 horas de trabalho semanal.

Numa primeira fase, a empresa escusou-se na desculpa da pandemia para nem sequer reunir com os Sindicatos, algo que só foi possível já em fevereiro deste ano, onde apresentou uma proposta de aumento zero para 2021.

Essa postura da empresa levou já a que os Trabalhadores tenham estado em greve, durante o mês de junho, e deliberado, em plenário, a necessidade de a empresa apresentar propostas de aumento salarial condizentes com a distribuição de lucros aos acionistas que, em anos de pandemia, atingiram os valores mais altos de sempre.

Já durante o mês de julho, pressionada pelos Trabalhadores, a empresa apresentou aos sindicatos uma proposta de aumento salarial ligeiramente acima da inicial, mas que, perante o condizente ajustamento de valores da parte dos sindicatos, não respeitou a lógica negocial, congelando a sua posição em valores que sabia estarem, ainda, aquém dos mínimos aceitáveis pelos Trabalhadores.

A Super Bock é a empresa líder do setor das bebidas nacional e detentora de marcas como a Super Bock, Pedras e Somersby, líderes nos seus segmentos. A Administração da Super Bock distribuiu, em 2020, o valor recorde de 55 Milhões de euros em dividendos, pelos seus dois acionistas (Violas e Carlsberg) e 44 Milhões de euros já em 2021.

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ACT Super Bock sem acordo

No seguimento da reunião do dia 21 de julho, os Sindicatos e a empresa encontraram-se hoje com vista a uma reflexão das posições daí resultantes, em mais uma tentativa de convergência, com vista a um acordo para revisão do ACT Super Bock. Confirmou-se assim o distanciamento de posições que não permite, ainda, essa convergência e, consequentemente, um acordo final.

Sendo as propostas iniciais dos Sindicatos aquelas que os Trabalhadores conhecem, e tendo estes, ao longo do processo, ajustado essas mesmas posições, unificando-as até, sempre de acordo com a leitura daquilo que os Trabalhadores lhes foram fazendo chegar, a empresa, tendo inicialmente, e durante algum tempo, dado indicações de não querer aumentar salários em 2021 nem ajustar cláusulas que impliquem valor económico, acabou por evoluir a sua proposta, mas estagnou-a em valores que os Trabalhadores nos indicam ser insuficientes, excluindo ainda metade do ano de 2021, ao propor efeitos a partir de 1 de julho.

Ora, perante as evidências, e não estando os Sindicatos disponíveis para ajustar ainda mais as suas propostas, até porque isso excederia o mandato dado pelos Trabalhadores, estando a empresa a assumir uma posição de irredutibilidade, não aceitando ir de encontro aos valores mínimos que os Trabalhadores definiram como aceitáveis, o processo está numa situação de impasse que nos remete para o cumprimento daquilo que nos incumbiram os Trabalhadores na moção resultante do plenário de 29 de junho de 2021.

Assim, os Sindicatos remeterão ao Ministério do Trabalho um pedido de conciliação e agendarão, conforme vontade dos Trabalhadores, ações de luta diversas.

Leça do Balio, 27 de julho de 2021.

Aceder ao comunicado em PDF

ONDAS DE CALOR E USO DE EPI, COMO LIDAR?

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Os especialistas alertam para a chegada da primeira onda de calor neste verão e os Trabalhadores anteveem os problemas que isso lhes traz para o desempenho das suas tarefas no posto de trabalho, especialmente se adicionarmos a utilização de determinados EPIs que em nada ajudam a refrescar…

Antes da chegada da primeira onda de calor do verão, lembramos que o corpo precisa de 5 a 7 dias para se adaptar às altas temperaturas e poder suportar o calor no trabalho.

No primeiro dia de trabalho em ambientes quentes o Trabalhador sofre picos de tensão e angústia durante a jornada de trabalho, devido ao fato de a temperatura corporal, o número de pulsações e o desconforto em geral aumentarem consideravelmente. Este é um fenómeno que se esbate durante cerca de uma semana, mas, ainda assim, uma vez decorrido este período de adaptação, não devemos serenar totalmente.

Uma grande parte dos Trabalhadores estão obrigados ao uso de equipamentos de proteção individual, e isso contribui para o aumento da probabilidade de sofrer de stress térmico. Explicamos em que consiste, quais os seus sintomas, para os quais devemos estar alerta, e como evitá-lo.

A sua prevenção deve fazer-se, desde logo, por uma escolha cuidada da roupa adequada à temperatura em que o trabalho é realizado e dos EPIs que devem proteger dos riscos inerentes à atividade. Nesse sentido, o vestuário de trabalho deve ter especial atenção ao seu isolamento térmico, arejamento por evaporação do suor e proteção contra queimaduras.

Coletes de refrigeração: um dos últimos avanços da tecnologia para controlo da temperatura corporal:

Pesquisadores da Radboud University Medical Center, nos Países Baixos, testaram uns coletes de refrigeração, originalmente projetados para atletas de alta competição, em equipas de enfermagem que trabalham longos turnos nas enfermarias COVID, com uso contínuo de EPIs.

Os coletes são armazenados num frigorífico, antes de serem usados, e colocados à disposição dos funcionários dentro de uma caixa térmica portátil. Possuem 36 compartimentos (bolsos) que contêm um material refrigerante armazenado em invólucros termoplásticos de poliuretano.

Os Trabalhadores usaram estes coletes por cima do vestuário de trabalho, mas por baixo do equipamento de proteção COVID. O efeito sobre a temperatura corporal é mínimo, mas os voluntários do estudo registaram frequências cardíacas mais baixas durante o trabalho, sugerindo uma diminuição nos níveis de stress. Estes coletes podem ser uma boa solução em postos de trabalho onde o stress térmico é comum ao longo do ano ou, ocasionalmente, no verão.

Sapatos e luvas respirantes:

Houve também, recentemente, grandes avanços no calçado de segurança, levando ao aparecimento de novos modelos com tecnologia de recirculação do ar. São modelos em que, ao caminhar, a pressão no calcanhar empurra o ar para a frente, eliminando a umidade. O ar quente e húmido, ao ser empurrado para a frente, remove o calor interno e mantém o pé seco. No mesmo sentido, está provado que a utilização de uma biqueira não metálica, mais leve, mais elástica, não magnética, e termo-isolante pode garantir um maior conforto térmico nos pés do Trabalhador.

No que toca às luvas, foram desenvolvidos novos modelos que permitem uma melhor ventilação. As mãos possuem 83% mais glândulas sudoríparas do que em outras partes do corpo, o que, em resposta ao aumento de temperatura, resulta no seu encharcamento com suor. Estas novas luvas possuem um agente químico, não nocivo, que é libertado consoante o aumento de temperatura, para manter as mãos secas e frias, sem interferir com a termorregulação corporal.

As cintas de apoio lombar são também uma fonte de calor, e uma das medidas de prevenção é, simplesmente, usá-las apenas durante a execução de trabalhos de cargas e descargas.

Perante uma onda de calor, é imprescindível reforçar a ação preventiva.

A não utilização dos EPIs não é uma opção. Além de obrigatórios, são a única garantia de manutenção da saúde e integridade física do trabalhador, mesmo quando promotores de condições que concorrem para o aumento de perigo de stress térmico.

No SINTAB, sugerimos aos Representantes dos Trabalhadores para a segurança e saúde no trabalho que exijam, nas empresas em que trabalham, a implementação de medidas coletivas de prevenção. Caso não seja possível, devem então partir para a utilização de EPIs tecnologicamente mais avançados, devidamente certificados, que mitiguem os efeitos adversos do calor que, em última instância, podem causar a morte por insolação.

Os impactos do excesso de calor são vários e incidem, sobretudo, no agravamento de outros problemas, como as doenças cardiovasculares ou neurológicas, o aumento da mortalidade por Parkinson e demência, e a propensão para o aparecimento de doenças renais.

Por esse motivo, deve-se promover a realização de exames médicos periódicos para deteção de patologias que podem estar descompensadas.

Jornada de Ação e Luta na Carsiva – Ponte de Lima

No âmbito da jornada de ação e luta da CGTP, o SINTAB esteve hoje em Ponte de Lima, em contacto com os Trabalhadores da CARSIVA, Entreposto Comercial De Carnes.
Nesta indústria, além da caducidade da contratação coletiva que a associação patronal forçou, e o governo deu cobertura, de modo a precarizar as relações laborais dos seus Trabalhadores, sonegando-lhes direitos conquistados em décadas e décadas de luta, verifica-se, nos últimos anos, e por vários motivos, um recurso abusivo a mão de obra estrangeira, de Trabalhadores imigrantes, em grande escala ilegais.
A estes Trabalhadores, além da total inexistência de direitos, contratos e horários, verifica-se ainda a situação obscena de a simples existência de contrato de trabalho ser proposta aos Trabalhadores como ela mesma, em si, substituta a parte da remuneração.

O SINTAB continua a promover, País fora, o contacto com os Trabalhadores migrantes, demonstrando o seu direito à igualdade de direitos.

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