Hoje, dia 24 de Setembro ocorre o primeiro de dois dias da greve nacional de enfermeiros convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
A greve que hoje teve início registou uma adesão em peso por parte dos enfermeiros quer a nível nacional quer a nível do distrito de Santarém.
De acordo com dados fornecidos pelo SEP e embora não estejam ainda contabilizadas todas as adesões nos Centros de Saúde, no Hospital Distrital de Santarém a adesão dos enfermeiros à greve foi de 85% e no Centro Hospitalar do Médio Tejo a adesão é de 87%.
Esta greve surge como mais uma forma de luta desenvolvida pelo SEP e pelos enfermeiros portugueses contra o verdadeiro caos em que o actual governo PSD/CDS está a tornar o Serviço Nacional de Saúde e pela defesa da dignidade profissional que o mesmo governo insiste em procurar roubar aos enfermeiros e a outros profissionais da saúde.
Por via do ataque que o governo tem lançado à dignidade dos enfermeiros e com objectivos claros de degradar o SNS, os enfermeiros hoje trabalham mais 1h por dia gratuitamente (40h), a precariedade e o desemprego são uma constante e os salários são muito abaixo do que seria justo algum profissional que lida diariamente com o valor da vida humana auferir.
É conveniente relembrar que hoje só o Hospital Distrital de Santarém está a funcionar com menos 170 enfermeiros do que os necessário para as suas necessidades o que se traduz em ritmos de trabalho brutais e horários por vezes acima das 190 horas mensais de trabalho para os enfermeiros.
O SEP tem vindo a alertar constantemente para o degradar do SNS e a forma como todos estes problemas contribuem para a degradação dos cuidados prestados aos utentes, ainda assim a gravidade da situação tem sido menorizada devido ao profissionalismo dos enfermeiros e à sua responsabilidade e solidariedade com os utentes do SNS:
Estranhamente e embora seja conhecida a arrogância do Ministro da Saúde, veio ontem o próprio insurgir-se contra a greve dos enfermeiros e classificar a greve como estando banalizada.
No entender da USS/CGTP-IN o Sr. Ministro deveria estar mais preocupado em ele próprio e o restante governo cumprirem com a constituição, nomeadamente no que diz respeito ao direito constitucional à saúde e à segurança no emprego.
Infelizmente o Sr. Ministro tem deixado bastante claro através do seu comportamento que se há alguém que banaliza a Constituição é o próprio, a começar pelo facto de ter conhecimento que fazem falta 25 mil enfermeiros em todo o país e que o seu Ministério propõe-se a contratar mil enfermeiros ao mesmo tempo que vê centenas de profissionais formados em Portugal a emigrarem.
A USS/CGTP-IN considera que a adesão à greve por parte dos enfermeiros é bastante expressiva e que por isso mesmo é a resposta adequada ao Sr. Ministro da Saúde e restante governo.
Saúda ainda o SEP e os enfermeiros do distrito de Santarém e incentiva os enfermeiros para que se mantenham firmes na sua luta na defesa da dignidade da sua profissão e pela defesa do SNS e apela para que amanhã participem na concentração convocada pelo SEP para as 12.30h junto ao Ministério da Saúde.