Os últimos dados do desemprego têm demonstrado que infelizmente a vida e a situação laboral dos trabalhadores do distrito de Santarém não têm melhorado.
Ao contrário do que é anunciado pelo Governo de Passos Coelho e Paulo Portas, nem a economia está a recuperar nem os trabalhadores sentem melhorias nas suas condições de vida.
No último mês de Novembro estariam contabilizados pelo IEFP, 19153 trabalhadores desempregados. Número muito inferior à realidade dos desempregados, sendo que se estima que o peso dos ocupados eleve os números de desempregados no distrito de Santarém para 27875.
Outro dado a ter em conta é o número de trabalhadores que se viram forçados a emigrar e que por isso deixaram de contar para as estatísticas.
A comprová-lo está o facto de o próprio INE que recentemente passou a emitir mensalmente estatísticas sobre os números do desemprego, ter vindo nos últimos 3 meses a alertar para o desemprego crescente.
Segundo o INE o desemprego real atinge 13,9 % dos trabalhadores a nível nacional e regista subidas sucessivas desde Outubro de 2014. Como consequência dessa subida foram atingidos pelo desemprego entre o início de Outubro e o final de Dezembro mais 17400 trabalhadores.
Uma realidade dramática que já não é possível esconder mais e que é sentida diariamente por milhares de trabalhadores no distrito de Santarém
Recentemente neste distrito foi declarada a insolvência da IPETEX, fábrica do sector têxtil situada no Cartaxo. São mais 70 trabalhadores que vão sentir o amargo de estar desempregado.
A acrescer a esta situação a União dos Sindicatos de Santarém alerta para o subemprego continuar também a aumentar, juntamente com o recurso excessivo das empresas do distrito ao trabalho temporário.
A acrescer a essa realidade está ainda a formar-se pelas mãos do Governo PSD/CDS um verdadeiro exército de trabalhadores precários, explorados e mal pagos sustentado pelas medidas activas de emprego.
Hoje basta ir a qualquer grande superfície para encontrar jovens em situação precária e remunerados através fundos provenientes das contribuições dos trabalhadores para a segurança Social.
Basta entrar em qualquer Câmara Municipal, escola, hospital, Instituição de Solidariedade Social ou qualquer outro serviço público, para perceber que metade dos trabalhadores se encontra a prestar serviço através de Contractos de Emprego e Inserção, estando nessa situação a esgotar o seu subsídio de desemprego sem qualquer perspectiva de entrar para o quadro.
É caso para dizer que a verdade é como azeite e vem sempre ao de cima.
Em ano de eleições, a USS/CGTP-IN recorda aos trabalhadores do distrito de Santarém que embora o governo se desfaça em promessas e vendas de ilusões, a situação de quem trabalha não está a melhorar e os direitos duramente conquistados por gerações de trabalhadores não deixaram de estar na mira do patronato e do governo.
Os trabalhadores não devem e não podem esquecer que desde que foi eleito, o actual Governo penaliza quem trabalha e beneficia o grande patronato. Desde 2011, o governo de Passos Coelho e Paulo Portas roubam aos trabalhadores para beneficiar o patronato e os grandes grupos financeiros.
Apela ainda a USS/CGTP-IN para que neste ano de 2015 os trabalhadores não baixem os braços e continuem a lutar até à derrota do governo e da política de exploração e empobrecimento.
Com a luta milhares de trabalhadores já reconquistaram o seu horário de trabalho de 35h, com a luta os trabalhadores do Instituto da Segurança Social conseguiram adiar os seus despedimentos e com a luta muitos milhares de trabalhadores voltaram agora a ser remunerados pelo trabalho extraordinário como sempre deveriam ter sido.
Nada está perdido e em 2015 é possível os trabalhadores verem-se livres do empobrecimento e é possível viver com a dignidade que quem trabalha merece.