Os trabalhadores do sector da saúde têm um papel fundamental no combate à pandemia pelo novo Coronavirus.
Estão na linha da frente do tratamento dos infectados e constituem, por isso mesmo, um potencial foco de propagação do contágio, devendo existir com eles, redobrados cuidados de protecção.
São disso exemplo, apesar de não pertencerem ao sector da saúde, os trabalhadores das cantinas e refeitórios dos hospitais.
Este serviço essencial ao funcionamento dos Hospitais em Portalegre e em Elvas, entregue por concessão à empresa ITAU, há muito que vem desrespeitando os direitos dos trabalhadores.
Neste momento crítico da saúde pública mundial, esta empresa insiste em manter a sua ofensiva apesar de todas as orientações nacionais no sentido de dar prioridade à implementação de planos de contingência que ajudem a travar o contágio pelo Covid-19.
Há muito que os trabalhadores reclamam por mais equipamento de protecção individual (EPI).
Ainda que as chefias tenham dado instruções para substituir a farda diariamente e proceder à sua desinfecção, as trabalhadoras continuam a não ter fardas em número suficiente para que estas medidas sejam salvaguardadas, tendo havido trabalhadoras que compraram elas próprias mais calças e camisolas para que os possam substituir mais amiúde.
Um nível de consciência, profissionalismo e de sentido de responsabilidade visivel também na disponibilidade imediata que alguns trabalhadores manifestaram para desempenhar funções fora do seu conteúdo funcional, a titulo excepcional, para suprir a falta do pessoal que se viu forçado a ficar em casa com os filhos menores de 12 anos.
A contrastar com esta consciência está a atitude de desresponsabilização da empresa em relação à saúde e à segurança dos seus trabalhadores já que nem mesmo aos que contactam com doentes diariamente é dado equipamento de protecção adequado como máscaras, luvas, e outros EPI’s.
Uma das principais reivindicações dos trabalhadores do serviço de refeições dos Hospitais de Portalegre e Elvas é a falta de pessoal, também devido aos baixos salários ou aos ritmos de trabalho intensivo.
Acresce agora a esta situação, o facto várias trabalhadoras que estão ausentes dos serviços e de outras que exercem funções que não lhes compete, alegando o facto de o bar estar fechado como medida de contenção, a ITAU pressiona agora estas trabalhadoras, que estão ao serviço cansadas e deprimidas, são confrontadas com a possibilidade de despedimento, porque pasme-se, afirmam existir trabalhadoras em excesso.