Foi ontem tornado público a intenção da administração da Unicer, de encerrar a fábrica de produção e enchimento de refrigerantes em Santarém.
A USS/CGTP-IN reuniu esta manhã com os Sindicatos e com a Comissão de Trabalhadores e em conjunto foi elaborada a nota de imprensa que abaixo se transcreve, deixando ainda a USS/CGTP-IN da sua parte a total disponibilidade para colaborar com os trabalhadores em todas as ações de luta que venham a desenvolver pela defesa dos seus postos de trabalho.
“Como é do conhecimento público, ontem, dia 8 de Outubro de 2015, a administração da Unicer reuniu com os trabalhadores do Grupo para comunicar a decisão de encerramento da unidade de produção e enchimento de sumos e refrigerantes em Santarém (ex-Rical) que se traduz na perda de 70 postos de trabalho directos em Santarém.
Para além do encerramento agora anunciado, está ainda previsto pela administração da Unicer um suposto “reajustamento da capacidade produtiva global e da estrutura de suporte ao negócio” que, na prática, se traduz na eliminação de outros 70 postos de trabalho em Leça do Balio.
Esta situação suscita grandes preocupações a todos os trabalhadores do grupo, e aos seus representantes (Comissão de Trabalhadores, SINTAB, SINTICABA), não ficando estes indiferentes às intenções manifestadas pela administração da Unicer nem às suas consequências para a economia e para a vida profissional e familiar de 140 trabalhadores.
Por esse motivo, as estruturas acima defendem a necessidade de, antes de mais, contextualizar as medidas agora apresentadas pela administração da Unicer:
No nosso entendimento, a intenção de despedimentos agora revelada pela direcção, surge na lógica de dar sequência ao processo de reestruturação iniciado em 2012 e que levou ao encerramento da fábrica de cervejas em Santarém e à perda de mais de 100 postos de trabalho, processo esse encetado pelo actual Ministro da economia António Pires de Lima, à data administrador executivo da Unicer.
Deve ainda esta opção da administração ser considerada de cariz meramente estratégico, nunca proveniente de possíveis necessidades económicas, tendo até em conta os resultados financeiros propagandeados pela Empresa.
Salientamos ainda que esta opção da empresa destaca-se da apregoada responsabilidade social da Unicer, uma vez que a proposta avançada pela administração apenas assegura residualmente alguns postos de trabalho e empurra os trabalhadores para situações de trabalho consideravelmente inferiores às actuais ou para postos de trabalho a 300 Kms das suas residências.
Defendem também os signatários desta nota de imprensa que, não estando a ser apresentada uma cessação de participação no mercado de sumos e refrigerantes por parte da Unicer, não existe uma necessidade efectiva de encerrar a fábrica de Santarém nem do despedimento de 70 trabalhadores em Leça do Balio.
Nesse sentido manifestamos publicamente a nossa oposição a essa opção puramente estratégica tomada pela direcção da Unicer que não vislumbra nada mais do que a manutenção do lucro dos acionistas, desconsiderando totalmente os prejuízos que daí possam decorrer para o País e para a vida de 140 famílias.
Informamos ainda a intenção de mobilizar os trabalhadores de todo o Grupo Unicer, e todas as entidades que a eles pretendam associar-se, pela manutenção dos postos de trabalho, para que, juntos, denunciemos e lutemos pelo retrocesso da grande injustiça agora anunciada pela administração da Unicer.
Por fim, informamos que, de forma a avançar com medidas concretas para o combate ao despedimento dos 140 trabalhadores, vão ser realizados plenários de trabalhadores no dia 13 de Outubro em Leça do Balio e no dia 14 de Outubro em Santarém, ambos pelas 15 horas.
Outros contactos e movimentações estão entretanto a ser levados a cabo com vista à maximização do apoio a esta luta dos Trabalhadores.”
As Direções