Intervenção da dirigente Raquel Raimundo, do CESP, em representação da Interjovem/CGTP-IN no 1º de Maio em Portalegre

raquel-minBom dia camaradas,

O 1º de Maio, dia internacional do trabalhador, é um dia para lembrar o caminho de luta que nos trouxe até aqui e um dia para perspetivar o futuro. Para isto os jovens trabalhadores são fundamentais. Porque somos os mais afectados pela instabilidade no emprego, porque somos nós a nova geração de trabalhadores, somos os que começam agora a ganhar a vida a trabalhar e somos nós que por mais anos teremos oportunidade de moldar o futuro.

Os jovens trabalhadores de hoje não são diferentes dos jovens trabalhadores de outrora. Temos as mesmas aspirações: a felicidade, a realização pessoal, a independência financeira. Não somos millenials. Não somos uma nova espécie de trabalhador que aproveita a precariedade para experimentar várias saídas profissionais, não queremos deixar as nossas terras, não queremos ir trabalhar pelo salário mínimo a centenas de quilómetros de casa. O que queremos é cá ficar, queremos que o território seja atrativo para nós e sabemos que o que nós queremos é o que o nosso Alentejo precisa.

Nós os jovens trabalhadores, os que ainda estudam, os que já saíram de casa dos pais, os que têm filhos pequenos, não queremos passar 14 horas fora de casa com horários concentrados, a partilhar boleias com colegas para concelhos na outra ponta do distrito porque não há transportes públicos; não queremos fazer o turno da noite durante 4 meses sem ver os nossos companheiros e filhos como acontece na CEPSA do grupo Autoalegre aqui em Portalegre; não queremos fazer sucessivos contratos de trabalho através de empresas de trabalho temporário ou ficar 6 anos com contratos a prazo sem poder durante esse tempo comprar casa, ou carro, ou planear um futuro, como acontece aqui mesmo na Hutchinson ou no Intermarché e muitos outros; não queremos trabalhar por 580 euros porque isso não nos permite pagar as despesas e ser independentes.

Queremos condições de trabalho dignas! Exigimos a justa repartição da riqueza, aumentos salariais, exigimos que a um posto de trabalho permanente corresponda um vinculo de trabalho efectivo, exigimos o direito constitucional à contratação colectiva. Juntos e organizados, todos os trabalhadores são invencíveis. Foram já centenas os trabalhadores precários que foram integrados nos quadros das empresas e são já várias as empresas com um salário mínimo superior a 600 Euros. Não permitiremos que os rótulos que nos colocam nos impeçam de tomar o futuro nas nossas mãos e vamos continuar a lutar pelo direito a viver e a trabalhar no Norte Alentejano.

Vivam os jovens trabalhadores!

Vivam os trabalhadores!

Viva o 1º de Maio!

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