CARTÃO VERMELHO À POLÍTICA DE DIREITA E AO GOVERNO

O resultado das eleições de deputados para o Parlamento Europeu traduziu-se na maior derrota eleitoral de sempre da coligação PSD-CDS e confirmou o profundo desejo de ruptura com a política de direita, imposta ao povo português pelo Governo e a troika (CE-BCE-FMI).

Esta foi a resposta clara que emanou das urnas de voto a um Governo que fez dos trabalhadores e do povo os seus inimigos e da mentira, da manipulação e da mistificação, o seu cartão de apresentação e o manual da sua política oficial.

Os resultados das eleições para o Parlamento Europeu mostram, também, uma redução da percentagem global dos partidos comprometidos com a assinatura do memorando da troika, e um protesto inequívoco contra a política neoliberal da UE.

Estes resultados são a prova de que vale a pena lutar contra os que nos querem condenar a um presente de retrocesso e a um amanhã sem futuro.

A luta dos trabalhadores, dos jovens, dos reformados e desempregados deu um contributo decisivo para a eficácia e sentido político de um voto que dá ainda mais força à continuação da luta por uma política de esquerda e soberana, que valorize os trabalhadores, crie emprego de qualidade, combata o desemprego e a precariedade, aumente o poder de compra dos salários e das pensões, promova a protecção social aos desempregados e garanta o direito aos jovens de trabalhar e serem felizes no seu próprio país.

Os portugueses votaram contra a política de direita e a continuação das políticas que decorrem do memorando da troika. Os portugueses exigem uma política que tenha como referência central os valores de Abril, numa afirmação clara e inequívoca da rejeição de uma política que colocou o país numa linha de retrocesso social e civilizacional, de definhamento e estagnação económica e uma dívida impagável.

No momento em que se regista o 40º aniversário da implementação do SMN e em que tem lugar a semana de luta pelo aumento dos salários, a actualização imediata do SMN para os 515€, a defesa e dinamização da contratação colectiva e a exigência da melhoria das condições de trabalho, a USDE/CGTP-IN exorta os trabalhadores e trabalhadoras a prosseguir e intensificar a luta pelo aumento dos salários, como elemento indispensável para melhorar a qualidade de vida dos portugueses, promover uma mais justa repartição da riqueza e dinamizar a procura interna e a economia.

Uma luta que vai convergir com duas grandes manifestações no dia 14 de Junho, no Porto (Praça do Marquês) e, em 21 de Junho, em Lisboa (Marquês de Pombal/Restauradores) para, a uma só voz, exigirmos resposta aos problemas dos trabalhadores, dos reformados, dos jovens e dos desempregados, dizer basta à politica de exploração e empobrecimento e exigir a demissão do Governo e a realização de eleições legislativas antecipadas, abrindo caminho à construção de uma real alternativa de esquerda e soberana.

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