O SPZS realizou hoje uma acção de rua em Évora a pedir à população que os apoie nesta luta, recolhendo postais que serão, depois, entregues ao Primeiro-Ministro de Portugal.
O grande objetivo é recolher milhares de postais de apoio à luta dos docentes pelo direito à contagem do tempo de serviço que exerceram com mérito e respondendo sempre às exigências científico-pedagógicas que lhes estão atribuídas.
A profissão docente, apesar da importância social que tem, dos resultados que tem obtido e do contributo que dá para o prestígio e para o crescimento económico do país, tem sido tratada sem a consideração que merece. Para além do contorcionismo que tem sido exercido sobre as carreiras dos professores e educadores, praticamente com todos os executivos, desde 2005, esperava-se que o atual, até pela expectativa criada, mas principalmente pela justiça que deveria ser exercida, repusesse a carreira docente na sua estrutura e retirasse todos os vícios que sobre ela têm sido exercidos. Esta desestruturação da carreira, a par da absoluta precariedade de muitos milhares de docentes, bem como a sua burocratização e a desregulamentação dos horários de trabalho, tem levado os docentes a persistirem na sua ação desenvolvendo diversas e prolongadas formas de luta.
É esta não desistência que leva a que, de novo, os professores estejam a fazer greve ao serviço não letivo ilegal e a todo o serviço extraordinário imposto e não remunerado. Estima-se em muitas centenas de milhões de euros por ano que o Estado poupa com a imposição de serviço extraordinário, anualmente agravado, fazendo com que, semanalmente, em média, os professores façam 11 horas mais de trabalho, fazendo das 35 horas semanais mera ficção. Os professores, no entanto, não querem ganhar mais. Querem, sim, que sejam respeitados os limites legalmente consagrados para o seu horário de trabalho (para além da componente letiva, até 150 horas de não letiva de estabelecimento e o restante de componente individual, num total de 35 horas semanais).