A Fiequimetal, o SIESI e o SITE Sul vão realizar uma marcha no dia 22, às 17h30, em Évora, para que os trabalhadores dos principais sectores industriais do distrito possam apoiar uma exigência que se contrapõe às manobras patronais com a COVID-19: «Queremos trabalhar com segurança, com direitos e com salários dignos».
A marcha, em «cordão humano», deverá sair do Rossio de São Brás (Monte Alentejano), às 17h30.
A pandemia não pode ter costas largas – destaca-se no comunicado que começou hoje a ser distribuído aos trabalhadores.
A federação e os seus dois sindicatos recordam que têm sido muitos os expedientes do patronato para atacar os direitos dos trabalhadores, sob o pretexto do combate à pandemia. A realidade demonstra que o surto epidémico é visto como mais uma oportunidade para aumentar os lucros e acentuar a exploração dos trabalhadores.
A culpa não é do vírus!
A desregulação dos horários e a imposição de férias não são culpa do vírus.
Muitos trabalhadores têm sido colocados sob pressão para aceitarem meter férias, para satisfazer necessidades das empresas.
Ora, as férias não são um direito das empresas, são um direito dos trabalhadores, servem para permitir o seu descanso físico e psicológico e, no actual contexto, assumem uma importância crucial, porque têm sido os trabalhadores quem tem estado na linha da frente dos sacrifícios impostos pelo Governo e pelas empresas.
Por outro lado, o uso de dias de férias no período de Verão constitui igualmente um estímulo à procura interna, importante para o crescimento económico.
Igualmente, têm ocorrido alterações unilaterais dos horários de trabalho, bem como a imposição de bancos de horas, contrários aos interesses dos trabalhadores e atropelando a lei.
A redução dos salários e os despedimentos também não são culpa do vírus.
Muitos trabalhadores têm visto os seus rendimentos reduzidos, seja por via do lay-off, seja pelas alterações unilaterais dos horários e consequente corte nos subsídios de turno e trabalho nocturno.
Os trabalhadores com vínculos precários são fortemente atingidos e descartados pelo patronato, quando este tem beneficiado de milhões e milhões de euros com origem em recursos públicos.
A falta de condições de trabalho e de segurança não é culpa do vírus.
O fornecimento de EPI (equipamentos de protecção individual) e a garantia de condições de higiene e segurança, bem como o cumprimento das normas e orientações da DGS, têm sido negligenciados pelas administrações de muitas empresas, que olham para os trabalhadores apenas como peças, que geram lucros, e descuram a sua segurança e saúde.
Os trabalhadores e as suas organizações representativas não aceitam esta situação nem estes argumentos. No dia 22, nas ruas de Évora, vão exigir:
• O respeito pelo direito às férias;
• O fim dos horários desregulados;
• O pagamento dos salários na íntegra;
• O fim dos despedimentos e a integração de todos os trabalhadores despedidos;
• Trabalho com segurança