Os trabalhadores da Embraer rejeitam as histórias usadas para justificar pressões e chantagens sobre os trabalhadores, tentando que estes aceitem acordos de despedimento, afirma o SITE Sul, apelando a que o problema seja levado para as ruas de Évora no dia 26.
Desde meados de Julho, os trabalhadores da construtora de aviões nas instalações de Évora têm sido confrontados com a imposição de propostas de rescisão do contrato de trabalho (despedimento).
Estas chamadas «propostas de rescisão amigável» são sempre acompanhadas das mais variadas formas de assédio aos trabalhadores, como a alteração repentina de funções, a troca dos horários de trabalho, ameaças de lay-off ou de adaptabilidade de horário (banco de horas), sem que ninguém conheça os conteúdos das mesmas, mas que futuramente significariam graves prejuízos monetários para os trabalhadores e desregulação da sua vida.
Devido à intervenção sindical e respectiva denúncia dos acontecimentos acima relatados, tem existido por parte da chefias alguma moderação no assédio sobre os trabalhadores.
A Embraer tem vindo a ter, ao longo dos anos, práticas de individualização das relações de trabalho, através do isolamento de cada trabalhador, instalando e generalizando o medo entre os trabalhadores, impedindo assim a discussão dos problemas internos.
Estes trabalhadores não vêm reconhecidas as suas categorias profissionais de acordo com a contratação colectiva das indústrias metalúrgicas e químicas, nas quais estão inseridos, nem tão pouco lhes é atribuída a justa valorização salarial, pela execução e desempenho de trabalhos/tarefas de elevada especificidade e responsabilidade – trabalhos estes que, tanto na secção dos compósitos, como na secção da metalurgia, são responsáveis pelo desenvolvimento de doenças profissionais nos trabalhadores que lá prestam serviço diariamente.
Os trabalhadores sentem-se desapoiados por parte da administração e questionam a falta de transparência do plano de produção até final do ano e as perspectivas de futuro, alertando para a necessidade de salvaguarda do emprego.
O sindicato solicitou em Agosto uma reunião à administração da Embraer, a qual só após muita pressão e insistência ficou agendada para 23 de Outubro.
No presente momento, conclui o sindicato, é determinante a organização colectiva dos trabalhadores, que irão aderir à acção de luta convocada pela CGTP-IN para as 10h30 do próximo dia 26 junto ao Teatro Garcia Resende em Évora, onde irão denunciar estas práticas e exigir o fim das chantagens, pressões e intimidação.