Uma afirmação confirmada na acção e luta no Centro de Contacto da Fidelidade em Évora, pois os trabalhadores organizaram-se, sindicalizaram-se no seu sindicato (SINAPSA) elegeram os seus delegados sindicais, conheceram direitos, exigiram o seu cumprimento e construíram a sua proposta reivindicativa.
No início de 2018 a Fidelidade e a Empresa Trabalho Temporário (ETT) newspring, queriam impor em Janeiro o alargamento de funcionamento do centro até às 24H, mas até hoje não se concretizou. Uma grande vitória a nível profissional, mas acima de tudo para a vida familiar.
Até aqui era negado o direito ao horário flexível para trabalhadores com filhos menores de 12 anos, agora e com a intervenção sindical sete mães exercem este direito. Esta foi uma grande vitória para todos os trabalhadores, mas em particular para aquelas mães e seus filhos.
A Fidelidade e a sua fiel amiga ETT não se ficaram e começou a repressão e a chantagem para com os trabalhadores. No entanto, a resposta dos trabalhadores e o seu sindicato (SINAPSA) não se fez esperar. A 1 Maio participaram na Manifestação em Évora, a 29 Maio fizeram uma Greve.
Muito se falou da sua ilegalidade, muitos temeram pelo seu posto de trabalho, muitos sentiram o medo das ameaças explicitas da empresa, mas a GREVE contou com a unidade, determinação e coragem de centenas de trabalhadores e tornou-se numa greve histórica no CC da Fidelidade em Évora.
A companhia de seguros Fidelidade intensificou a chantagem e a repressão para com os trabalhadores que aderiram à Greve, usurpando um dia de salário e os respectivos prémios (através da falta injustificada).
Foi difícil para os trabalhadores e suas famílias, mas o esforço e a união foram determinantes na luta e a pouco e pouco começaram a perder o medo, dando como resposta a realização de outra greve a 6 de Julho. Desta vez, em frente à sede da companhia Fidelidade em Lisboa para reafirmar as reivindicações: aumento salarial de 45€ por mês, subsídio de alimentação de 10 € por dia, 35 horas semanais, melhoria das condições de saúde e segurança no trabalho, aplicação da contratação colectiva da actividade seguradora .
Hoje os trabalhadores viram no recibo de vencimento que vale a pena lutar, vale a pena contestar, vale a pena acreditar. Ninguém pode estar acima da lei. Hoje foram feitos os acertos dos pagamentos da greve de Maio e já se confirmou que a greve de Junho está de acordo com o direito de greve.
A luta está longe de acabar, já se conquistou muito no call center da Fidelidade em Évora, mas não chega. Fica assim demonstrado que vale a pena estar sindicalizado, que o SINAPSA intervém, que as irregularidades combatem-se lutando com a intervenção de todos.
Porque quem luta nem sempre ganha, mas quem não luta perde sempre! O momento é de unidade, acção e luta em torno das reivindicações por trabalho com direitos e de combate à precariedade “que um posto de trabalho permanente, tem que corresponder um vinculo efectivo”.
O que os patrões mais temem é a luta organizada! A Fidelidade pode ter muito dinheiro, mas os trabalhadores unidos e determinados tem muito mais poder, pois sem os trabalhadores do Call Center em Évora, a Fidelidade não consegue produzir nada.
Vamos à luta! Sindicalizem-se! Reforcem o vosso sindicato o SINAPSA! Sim é possível valorizar quem trabalha e ter uma vida melhor!