O novo director da fábrica da Novares (Key Plastics) em Vendas Novas aproveitou a presença na televisão pública para se procurar apresentar como salvador. Mas a fábrica não tem passado por dificuldades.
Numa nota de imprensa, o sindicato alertou que, com esta manobra, a empresa pretende desviar as atenções da necessária luta pelo aumento dos salários e, ao mesmo tempo, manter o medo e a repressão.
Não houve nenhum período recente de dificuldades daquela fábrica. Na realidade, ao longo dos últimos anos, tem aumentado o número de trabalhadores e houve inclusivamente mais trabalhadores que passaram recentemente a ter vínculos efectivos por luta do SITE Sul.
Esta campanha patronal visa apenas distrair os trabalhadores da necessidade de exigir o aumento do salário mínimo para 650 euros, o aumento geral dos salários e o combate às doenças profissionais.
A crescer e a explorar
Ao longo dos anos, os trabalhadores corresponderam sempre às exigências de produção que lhes foram colocadas e que, na maioria das vezes, foram usadas apenas para mais os explorar e assim aumentar os lucros da empresa, dando estes trabalhadores o melhor das suas competências e empenho.
A empresa tem mantido um crescente do número de trabalhadores, como tem acontecido com as empresas do sector automóvel no distrito – e contrariamente ao anunciado na referida reportagem. A empresa tem também acompanhado a inovação do sector e a necessidade na resposta aos seus clientes.
Mas ao mesmo tempo a Novares ataca os direitos dos trabalhadores, como sucedeu, por exemplo, em 2016, quando foi necessária a intervenção do sindicato para que mais de 20 trabalhadores contratados através de empresas de trabalho temporário durante dois anos passassem a contratos pela empresa.
Foram também lançados abaixo-assinados e acções de esclarecimento para rejeição da implementação de um banco de horas.
Em Dezembro de 2017 no Tribunal de Trabalho de Setúbal a Novares assumia a ilegalidade dos contratos de trabalho temporário dos trabalhadores que tem ao seu serviço, ao aceitar indemnizar uma trabalhadora da unidade de Vendas Novas que reclamou a sua efectividade na empresa, através do contencioso do sindicato.
Veio provar-se assim que tínhamos razão, demonstrando que é possível combater a precariedade e os vínculos precários, assim os trabalhadores que se encontram nesta situação se unam ao Sindicato para reivindicar os seus direitos.
Em 2018 a empresa ainda mantinha a aplicação de um horário de trabalho que obriga os trabalhadores a cumprirem mais 30 minutos entre as 23h30 e as 24h00 de Domingo ou entre as 0h00 e as 0h30 de Sábado, que não deveriam existir nos horários de trabalho, que não constam dos contratos e que sendo praticados devem ser pagos como trabalho extraordinário.