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EM CIMA DA MESA: GREVE NA CIMPOR EM ABRIL!

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Comunicado aos trabalhadores da CIMPOR

Os Plenários de Trabalhadores realizados em Souselas, Loulé e Alhandra, nos dias 5, 6, e 7 de Março, respectivamente, concluíram de forma comum: se a proposta da empresa não evoluir satisfatoriamente na próxima reunião de 22 de Março, os trabalhadores avançam para uma greve de três dias no mês de Abril.

A proposta sindical (revisão salarial, redução do horário semanal de trabalho, integração no AE do Plano de Saúde para activos, reformados e familiares e melhoria de direitos e subsídios) foi enviada em 6 de Outubro de 2023 e passados mais de 5 meses, a Cimpor está com uma contraproposta salarial de apenas 4% e nada mais nas restantes matérias.

Se a tudo isto somarmos o descontentamento generalizado face: à retirada dos complementos de saúde a reformados e familiares bem como aos actuais trabalhadores quando passarem à reforma; aos dois despedimentos na Sede e outros processos disciplinares; às tentativas de limitações na marcação das férias e eliminação de tolerâncias; à ausência de respostas a diversas questões, designadamente no serviço de prevenção; compreende-se que as razões para o mal-estar generalizado se estão a ampliar.

Se a Cimpor considera que os seus trabalhadores trabalham bem, então tem de os tratar melhor.

Por isso exigimos que responda positivamente às diversas matérias da proposta sindical.

E em vez de andar a fazer reuniões com directores e chefias, nas três fábricas, a seguir aos Plenários, para conhecer o estado de espírito dos trabalhadores e tentar que “uma mentira repetida muitas vezes” se transforme em verdade (sobre os 4,5% que apresentou e retirou), a empresa deve-se preocupar mais em responder satisfatoriamente às propostas que apresentámos. Se o fizer, por certo, ultrapassará a actual situação de conflito iminente, como já foi colocado ao Conselho de Administração na reunião do passado dia 26 de Fevereiro.

Nos processos negociais conduzidos pela FEVICCOM, os trabalhadores são quem mais ordena. São eles que constroem as reivindicações e têm voz determinante nas decisões.

Reafirmamos a nossa disponibilidade para uma negociação que assegure uma justa solução. Compete agora à empresa dar os passos necessários para que tal aconteça.

A Direcção Nacional
14 de Março de 2024

C.M.G. – CERÂMICAS, LDA – GESTÃO DANOSA CONDUZ A DESPEDIMENTO COLECTIVO!

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A Administração da C.M.G. – Cerâmicas, Lda., em Torres Novas, conduziu a empresa a uma situação de insolvência, de dívidas em cima de dívidas e a um futuro incerto para mais de uma centena de trabalhadores, na maioria mulheres, que em conjunto com o seu Sindicato, tudo fizeram para que a empresa tivesse futuro.

Mas o fim foi agora anunciado através da intenção de despedimento colectivo de 106 trabalhadores, ou seja, a quase totalidade dos actuais funcionários.

A Administração, incapaz de evitar o desastre e sem o querer encarar a tempo, foi hipotecando as instalações fabris como garantia bancária, foi penhorando as máquinas para fazer face às dívidas com a Segurança Social, enquanto atrasava o pagamento dos salários aos trabalhadores sempre na mira de uma encomenda “milagrosa” que estava por chegar… mas que nunca chegou.

Em Dezembro de 2022 avançou com um PER – Processo Especial de Revitalização e em Junho de 2023 com uma declaração de insolvência sem qualquer plano e com os trabalhadores sempre à espera dos salários atrasados.

E nesta 6ª feira, dia 13, depois de muitas desculpas e desejos de boa sorte, veio o patrão anunciar a má notícia aos trabalhadores, como se fossem peças descartáveis de uma linha de produção obsoleta, cheios de doenças profissionais derivadas de mais de trinta anos de casa a trabalhar em más condições e com salários de miséria.

Este é mais um exemplo da forma escabrosa como alguns patrões se comportam e que urge pôr termo urgentemente!

Os trabalhadores cumpriram com os seus deveres!

Por isso, em conjunto com o Sindicato, exigem que o patrão respeite os seus direitos e assuma o pagamento daquilo que lhes é devido!

A Direcção do Sindicato

16 de Outubro de 2023

Conquistado o maior aumento salarial dos últimos anos na CIMPOR!

Plenário CIMPOR

Fruto da unidade, da elevada participação, intervenção e disponibilidade dos trabalhadores para a luta, ao longo de todo o processo negocial, os recentes plenários mandataram a FEVICCOM para assinar no dia 12 de Abril a revisão salarial do Acordo de Empresa (AE CIMPOR) para este ano.

Esta revisão consagra um primeiro aumento intercalar de 4% acrescido de mais 4% com aumentos mínimos sobre os salários praticados de 90 Euros no 1º semestre de 2023 e de 110 Euros no 2º semestre, para além de 8% nas cláusulas pecuniárias.

Desta forma, na variação entre a última tabela publicada em 2022 e a tabela a publicar em 2023, verifica-se que:

No nível intermédio (Nível 8), o aumento salarial mensal será de:

142 Euros no 1º semestre de 2023 e 162 Euros no 2º semestre,

evoluindo dos 1.308,00€ para os 1.470,00€, ou seja, +12,4%.

 O aumento salarial mais baixo (Nível 1) será de 126 Euros e o mais elevado (Nível 15) será de 292 Euros.

  As restantes matérias pecuniárias terão acréscimos entre os 8% e os 12,2%:

- Subsídio de Refeição; Subsídio de Prevenção; Anuidades; Subsídios de Trabalhador-Estudante: aumento de 8%;

- Subsídio de Transporte: aumento mensal de 5 Euros (11,6%);

- Subsídios de turno: aumento de 12,2% na laboração contínua (fixando-se nos 457,50€).

 As actualizações serão processadas neste mês de Abril, com retroactivos a 1 de Janeiro de 2023 e publicadas em breve no Boletim de Trabalho e Emprego (BTE).

 JUNTOS, ACREDITÁMOS!

UNIDOS, CONQUISTÁMOS!

 

 

A Direcção Nacional da FEVICCOM

13 de Abril de 2023

Comunicado aos trabalhadores da CIMPOR

CONTRA FACTOS, NÃO HÁ ARGUMENTOS!

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Face ao comunicado da Direcção de Recursos Humanos da Cimpor de 22/02/2023 acerca da negociação do AE, vamos ao que interessa:

  1. A empresa teve no ano de 2021 um Resultado Líquido de 35,4 milhões de euros, o mais elevado dos três últimos anos. Por isso, não falta dinheiro para o aumento dos salários.
  1. Perante a elevada inflação, a redução do poder de compra e o descontentamento dos trabalhadores face à forma como foram distribuídos os lucros em 2022, a empresa sentiu a necessidade de processar 4% sobre os salários.
  1. Este valor foi aplicado apenas a partir de Julho limitando-se a mitigar parte do impacto da inflação verificada.
  1. Objectivamente, a proposta apresentada pela empresa para este ano é de 3,9% sobre os salários actualmente praticados.
  1. Ou seja, a partir de Janeiro de 2023, os trabalhadores não teriam um acréscimo mínimo de 110€, mas apenas uma actualização de 3,9% que pode significar, nuns casos, 40€, noutros 50€ e eventualmente noutros, 60€, mensais.
  1. Esta é uma proposta baixa para quem produz muito.

Se a Cimpor considera que os seus trabalhadores trabalham bem, então não tem de lhes pagar mal. Por isso, exigimos que a empresa responda positivamente às propostas sindicais.

  1. Quanto ao que se verifica nas mesas negociais de outras empresas, a Cimpor deve-se preocupar mais com aquilo que se passa cá e menos com o que acontece lá. Se o fizer, por certo, ultrapassará a actual situação.
  1. Nos processos negociais conduzidos pela FEVICCOM, os trabalhadores são quem mais ordena. São eles que constroem as reivindicações e têm voz determinante nas decisões.

Reafirmamos a nossa disponibilidade para uma negociação que assegure uma justa solução.

Compete agora à empresa dar os passos necessários para que tal aconteça.

 

A Direcção Nacional

23 de Fevereiro de 2023

NEGOCIAÇÕES SALARIAIS DO CCT INDÚSTRIA CORTICEIRA

 DAR VOZ AO NOSSO DESCONTENTAMENTO!

O momento que vivemos reclama como prioridade o aumento significativo dos salários para recuperação do nosso poder de compra, face a uma inflação dos preços dos serviços e bens essenciais que está a corroer os nossos rendimentos.

Na primeira reunião de revisão salarial do CCT da Indústria Corticeira, no dia 17 de Maio, em Santa Maria de Lamas, a contraproposta patronal ficou-se pelos 17,39€, ou seja, 2,1% sobre o actual salário do Grupo XIV (828,00€) e 5,90€ para o subsídio de refeição durante dois anos.

São 58 cêntimos de “aumento” salarial, por dia,

quando a inflação já atingiu os 7,2% em Abril!

Esta posição patronal, para além de apostar na redução do nosso poder de compra face a uma inflação galopante, persiste em aproximar o nosso salário do salário mínimo nacional!

Estamos perante uma desconsideração aos trabalhadores corticeiros, que justifica e merece uma resposta.

Não podemos continuar a ser lembrados para trabalhar e esquecidos para receber!

A proposta sindical, reformulada, foi de aumento de 60€ nos salários e de 7€ como valor do subsídio de refeição, para além da valorização dos subsídios de turno, de trabalho nocturno e de trabalho nos feriados, 25 dias úteis de férias para todos e a introdução das diuturnidades para os trabalhadores fabris, em função da sua antiguidade na empresa.

 É hora de perder a paciência e unir forças 

para alcançar melhores salários e afirmar os nossos direitos!

É preciso que as administrações das empresas corticeiras, na próxima reunião de negociações no dia 1 de Junho, sintam o descontentamento que reina no seio dos trabalhadores face à desconsideração e às injustiças laborais e sociais que se vêm acumulando ao longo do tempo.

Este é o tempo de dar a palavra aos trabalhadores para que nos próximos Plenários se façam ouvir a uma só voz pela defesa da sua dignidade, a valorização dos seus salários e a afirmação dos seus direitos.

A FORÇA DA RAZÃO É A RAZÃO DA NOSSA LUTA!

FEVICCOM, 18 Maio 2022

HÁ QUE PERDER A PACIÊNCIA E LUTAR PELO AUMENTO DOS SALÁRIOS! 

A inflação em Março atingiu os 5,3%, enquanto os nossos salários continuam a perder poder de compra.

A verdade é que o aumento do custo de vida é tanto maior quanto menor for o salário.

Ao contrário do que nos querem fazer crer, a subida da inflação não radica nos aumentos salariais mas sim na escalada dos preços dos factores de produção, como a energia, os combustíveis, os cereais e na especulação que lhes está associada.

A vida confirma que, nos últimos anos, apesar da reposição e ligeira melhoria de rendimentos, a inflação manteve-se relativamente baixa.

Fica claro que não são os salários que promovem a espiral inflacionista.

Ao invés, eles são determinantes para a dinamização da economia, a criação de emprego, a sustentabilidade financeira da Segurança Social e o reforço das funções sociais do Estado. 

A questão de fundo assenta na necessidade imperativa de aumentar os salários para promover uma justa distribuição da riqueza nacional e melhorar as condições de vida das nossas famílias.

Não aceitamos que os lucros do patronato sejam endeusados e os nossos salários espezinhados! 

Não nos conformamos nem nos calamos, pelo que pagamos e não recebemos!

Há que perder a paciência com a política que fomenta os baixos salários, desvaloriza as profissões e as competências, desregula os horários e coloca a prazo a nossa vida laboral.

Há que perder a paciência com os interesses económicos especulativos e com os sucessivos aumentos dos preços de bens e serviços que corroem o nosso poder de compra.

Há que perder a paciência e lutar pelo aumento geral dos salários!

                    Abril. 2022

TRABALHADORES DA CERÂMICA NÃO VÃO PAGAR A FACTURA!

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Vivemos um tempo em que o custo de vida aumenta de forma galopante e os salários perdem cada vez mais poder de compra. A inflação não pára de aumentar e já atingiu os 4,2% em Fevereiro.

Uma situação que tenderá a agravar-se com a brutal subida dos preços dos combustíveis, do gás e da electricidade e o anúncio de novos aumentos de bens essenciais, como o pão, a carne, o peixe, a fruta e os legumes.

No sector da Cerâmica, a Associação Patronal (APICER) promoveu a caducidade do Contrato Colectivo de Trabalho há 15 anos atrás e desde então, escudada nas regras da legislação do trabalho, tem bloqueado a actualização e valorização salarial no sector.

São milhares as mulheres e homens trabalhadores com baixos salários – muitos recebem apenas o salário mínimo nacional – e que viveram situações recentes de lay-off com perda de rendimentos.

Vem agora a APICER pedir ao Governo medidas de apoio, designadamente a possibilidade de as empresas aderirem ao lay-off simplificado, mas também a redução dos impostos e das taxas de acesso às redes de gás natural, a exemplo do que foi feito na electricidade.

É curioso que os que antes defendiam menos Estado para os trabalhadores e os serviços públicos, são os que agora reclamam mais financiamento e apoios públicos para as suas empresas.

Os trabalhadores não podem continuar a perder o emprego ou a ver reduzidos os seus salários e a Segurança Social a ficar exaurida financeiramente com os processos de lay-off.

 Os trabalhadores da indústria da Cerâmica já pagaram um preço elevado com o bloqueio patronal dos salários ao longo de uma década e meia, enquanto as mais-valias ficavam nos bolsos dos administradores e accionistas. Não estão dispostos a ser mais sacrificados!

 Este é o momento de clarificar posições e definir caminhos.

Agora, no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e, em breve, com o Orçamento de Estado, a situação económica difícil que se avizinha não pode servir de pretexto para que tudo fique na mesma. Nem de desculpa para não alterar a legislação do trabalho e expurgar as grilhetas que acorrentam os direitos individuais e colectivos dos trabalhadores e das jovens gerações.

A recuperação da economia implica mais investimento público e privado, pôr o país a produzir para exportar mais e importar menos. Mas não dispensa, antes exige, um forte incentivo ao aumento dos salários para dinamizar a procura interna, a actividade empresarial, a manutenção e criação de emprego com direitos.

16 de Março de 2022

A Direcção Nacional da FEVICCOM

Fátima Messias

 

OS SALÁRIOS A AUMENTAR PARA O SECTOR AVANÇAR!

O tempo passa com a economia a crescer, os lucros dos patrões do sector a aumentar e os nossos salários a definhar.

Depois das desculpas da crise e da pandemia, as empresas já não podem fugir a responder às reivindicações para a melhoria das condições de vida e de trabalho.

Se antes já tinham o dever de melhorar os salários, agora, por mais que inventem, não podem deixar de os aumentar significativamente. 

Uma reivindicação não só justa, como necessária e urgente, face ao aumento galopante da inflação.

Com efeito, se cada um de nós fizer as contas à subida dos preços dos combustíveis e da energia; da água e do gás; do peixe e da carne; dos legumes e da fruta; do pão e dos cereais e da previsível elevação dos juros, com impactos, nomeadamente na habitação, é caso para dizer que a inflação aumenta e a nossa carteira não aguenta.

O aumento significativo do salário base é fundamental para fazer subir os subsídios indexados à tabela salarial e melhorar os rendimentos das nossas famílias.

Mas não só. O aumento dos salários tem como consequência a elevação dos subsídios de desemprego e de doença e das pensões de reforma.

Os trabalhadores não podem continuar a ser lembrados para produzir e esquecidos para receber.

Este é o momento para dizer que as empresas não podem ser usadas como bunkers onde o patronato tem o direito de explorar e os trabalhadores o dever de aceitarem a exploração.

Cumprimos com os nossos deveres. Por isso não temos medo de exigir que respeitem os direitos de quem trabalha e contribui decisivamente para a construção da riqueza do país.

 É hora de unir esforços e vontades pelo aumento dos salários,

a melhoria dos direitos e a defesa da nossa dignidade.

 CONTAMOS CONTIGO NESTA LUTA QUE É DE TODOS

E PARA TODOS!

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11 de Março de 2022                                                                        A DIRECÇÃO

Greve na SUPER BOCK – Pressões e ilegalidades não desmobilizaram Trabalhadores.

Terminou ontem à noite a greve, de seis dias, dos Trabalhadores da Super Bock, por melhores salários e condições de trabalho e contra o fim da negociação imposto pela Administração.

Feito o balanço, a Direção do SINTAB realça a postura irrepreensível dos Trabalhadores, que aderiram em larga escala, apesar das pressões e chantagens anteriormente denunciadas, e não responderam às provocações das chefias, durante a Greve, que visavam a confrontação direta aos Trabalhadores em greve, substituindo-os durante esse tempo.

Super Bock chantageia trabalhadores

Durante os últimos seis dias, o SINTAB denunciou às autoridades 11 ocorrências ilegais, que violam o direito à greve.

Desde a não precaução, por parte da Super Bock, para que os Trabalhadores pudessem cumprir o seu direito à greve em segurança e sem por em causa a qualidade dos produtos, até à substituição direta de Trabalhadores declaradamente em greve, passando pelo reforço do contingente operacional com recurso a trabalho extraordinário e Trabalhadores temporários que exerceram funções diferentes daquelas para que foram contratados, foram seis dias que mancharão a negro a história da Super Bock por atropelos graves aos direitos e à dignidade dos seus Trabalhadores.

A greve impactou negativamente os índices de produção da Super bock, ao provocar paragens completas, durante os períodos referenciados, de, pelo menos, quatro das seis linhas de enchimento, e provocar restrições operacionais nas restantes, ora por necessidades de manutenção, ora por falta de técnicos capacitados.

Os resultados operacionais, em particular das linhas de enchimento de garrafas, espelham bem o impacto da greve dos Trabalhadores.

O SINTAB valoriza os resultados da greve, e enaltece a atitude corajosa dos Trabalhadores que souberam responder de cara levantada às ameaças que receberam nos dias que antecederam a greve!

Valorizamos ainda todos aqueles Trabalhadores dos setores administrativos que, pela primeira vez, assumiram a necessidade de se envolver numa luta que é de todos, juntando-se também à greve.

Compete agora à Administração da SUPER BOCK analisar a postura adotada e aferir a relação custo benefício que resulta dos efeitos da greve provocada pelas atitudes ofensivas aos Trabalhadores, forçando a paragem da negociação mesmo numa situação em que os Sindicatos haviam já dado indicações de proximidade da convergência com vista a acordo.

O SINTAB manterá a efetividade, quer da denúncia pública, quer da organização de massas, junto dos Trabalhadores, não só para a defesa dos seus direitos e salários, como para a sua constante melhoria, em linha com os ótimos resultados económicos da empresa.

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TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO CIVIL: filhos de um Deus menor?

No mesmo dia em que a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) arranca (finalmente…) com uma acção nacional de fiscalização em empresas e quando está prestes a terminar o actual Estado de Emergência, é imperiosa a suspensão das obras e empreitadas em Portugal, com garantia de pagamento dos salários dos trabalhadores da Construção Civil e Obras Públicas.

Esta suspensão tornou-se um imperativo nacional para a salvaguarda da saúde dos próprios trabalhadores, das suas famílias e da população. É a defesa da saúde pública que está em causa!

O Inquérito Rápido e Excepcional às Empresas (COVID-IREE) divulgado hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e Banco de Portugal (BP), comprova que o sector da Construção e Actividades Imobiliárias é aquele que mantém em funcionamento a maioria das empresas (91%).

Na maior parte dos casos – visíveis nas obras de rua e nos estaleiros em todo o país – os trabalhadores não têm condições de segurança e saúde: sem máscaras, sem luvas, sem gel desinfectante, sem ser garantida a distância física mínima, sem condições sanitárias, sem acompanhamento nem controlo da medicina do trabalho, estes trabalhadores estão expostos ao contágio e a ser obrigados a trabalhar todos os dias nestas condições.

Mesmo em obras públicas de maior envergadura, como as da Iberdrola, em Ribeira de Pena, impõe-se a sua paragem imediata, para defesa da saúde dos cerca de 1.800 trabalhadores que ali laboram.

O Governo tem de tomar novas medidas e legislar, urgentemente, para suspender as obras, defender a saúde dos trabalhadores e impedir encerramento das empresas, integrando regras próprias para este sector nos próximos dias aquando da previsível renovação do Estado de Emergência pelo Presidente da República.

A título de exemplo, veja-se o tratamento discriminatório em relação aos trabalhadores do sector da Construção expresso na Mensagem do Presidente da Comissão Executiva (CEO) do Grupo NOV (ex-Grupo Lena), enviada a todos os trabalhadores do Grupo no passado dia 1.

Outro exemplo de falta de condições de segurança e saúde é o da construção do Hospital CUF-Tejo, em Lisboa (empreiteiro-geral: Teixeira Duarte), para a qual já foi requerida a intervenção da ACT.

A Construção Civil tem cerca de 300 mil trabalhadores, profissionais qualificados num sector onde abundam os vínculos precários, os salários baixos e a falta condições de segurança e saúde no trabalho.
São eles que constroem as casas onde nos recolhemos em tempos de pandemia, os hospitais onde somos tratados, as estradas e as pontes que nos unem. Merecem ser tratados com dignidade!

 

A DIRECÇÃO NACIONAL

FEVICCOM – Federação Portuguesa dos Sindicatos da Cerâmica, Construção e Vidro