Propaganda da Indústria cervejeira mostra a espuma sem dar a provar a cerveja – NOTA DE IMPRENSA

Nas últimas semanas, em exemplares ações de propaganda visual, assente numa particularíssima escolha de números, o corporativismo empresarial que reúne as grandes cervejeiras nacionais tem-se empenhado num, tão apurado quanto enganador, exercício de moldagem da opinião pública com claras intenções de ocupação de espaço privilegiado na meta de partida para a corrida ao dinheiro da “bazuca” europeia.

unnamed-4Independentemente dos “confettis e fogos de artifício” que se possam empenhar nas iniciativas de exaltação do setor, os estudos recentemente encomendados a preceito e publicitados na mesma linha apenas nos transmitem um ponto positivo e valorizável que, depois, não garante continuidade na restante área de interferência do setor empresarial, nomeadamente a social.

A indústria cervejeira tem desempenhado, de facto, um papel preponderante na dinamização da economia nacional, acima de tudo pela incidência das particularidades da carga fiscal aplicada às bebidas alcoólicas, só que, infelizmente, esse vigor não se alastra para a valorização direta da economia de base, por nunca se projetar positivamente, quer no poder de compra, quer nas condições laborais e sociais dos trabalhadores do setor, e ter contribuído acima de tudo para o acumular de riqueza nos bolsos dos acionistas.

Imagens coloridas que realçam a produtividade do setor não combinam com o contínuo ataque à contratação coletiva e aos salários como as que o SINTAB tem denunciado recentemente.

Vinhetas publicitárias aprimoradas para as redes sociais, que enganadoramente dão conta da geração de postos de trabalho, quando se referem aos que existem desde há décadas, e cuja tendência descendente se acentuou nos últimos anos, também não combinam com a indesmentível realidade do aumento exponencial do recurso à terceirização de serviços e áreas de trabalho, e consequente precarização dos vínculos contratuais dos Trabalhadores do setor.

As grandes empresas do setor, como a SUPER BOCK, a SCC-HEINEKEN, ou a FONT-SALEM têm, nos últimos anos, encetado fervorosos ataques aos Trabalhadores, quer pela tentativa de embaratecimento do seu trabalho, quer pelo esvaziamento da contratação coletiva.

Na SCC-HEINEKEN, os Trabalhadores da rede nacional de distribuição não foram incluídos na centralização que a empresa promoveu no ano passado e, além de serem pressionados a cumprir com um regime ilegal de banco de horas que a empresa lhes impôs, sofrem ainda uma discriminação salarial geográfica, que se revela inconstitucional e representa um retrocesso civilizacional de quase um século.

Na SUPER BOCK, os Trabalhadores foram pressionados para baixar o valor do trabalho prestado em laboração contínua, num processo que envolveu pressões diretas sobre trabalhadores, e decisões de gestão prejudiciais ao próprio negócio, com vista à criação de um ambiente tão pesado que levasse à exaustão.

Ainda na SUPER BOCK, já este ano, a empresa empenhou-se na transformação do processo negocial num ensaio de tumulto organizacional com vista à inexistência de acordo final, com comportamentos e discursos totalmente incoerentes, típico de quem se apresenta apenas dirigido aos números e nunca ao bem-estar dos seus trabalhadores.

Efetivamente, foi também na SUPER BOCK que, este ano, se optou por rasgar um acordo assinado por altos quadros diretivos e representantes de uma renomada casa de advogados, debaixo da chancela do ministério do trabalho, enviando para o desemprego Trabalhadores com quem se haviam comprometido à integração no quadro de efetivos, somando-os à cerca de uma centena que optaram por rescindir o seu vínculo contratual depois da ameaça de despedimento coletivo que não tinha enquadramento algum.

Por estes e muitos outros motivos, entendemos que as futuras decisões de distribuição das verbas do PRR deverão estar sujeitas a muito mais do que os números, tantas vezes adulterados.

As carências da economia e a necessidade de reforço da produção nacional exigem muito mais sobriedade na distribuição dos fundos que pertencem aos contribuintes e que, por isso, devem ser investidos na valorização das suas condições de vida.

Estarão aptos para a boa utilização destes recursos, os conselhos de administração que sonegam a valorização dos salários aos seus Trabalhadores, para aumentar os lucros dos seus donos?

Terão boa capacidade de gestão de dinheiros públicos, os gestores e administradores que discriminam trabalhadores com salários diferenciados em função do género ou área onde vivem?

Os Trabalhadores e o SINTAB dizem claramente que não, e asseguram que estarão atentos à equidade da orientação dos “tiros da bazuca financeira”, rejeitando claramente que se destinem a quem não respeita os seus Trabalhadores.

A Direção do SINTAB:

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Super Bock comunica decisão arbitrária de aumento

A Super Bock comunicou hoje, aos Trabalhadores, a decisão arbitrária de aplicar um aumento de 1,5%, valor muito abaixo do que tinha já proposto…New Project - 2021-09-03T170814.726

Continuando a debruçar-se na estratégia de diabolização dos Sindicatos, a Super Bock enviou hoje um comunicado onde tenta passar uma imagem de ponderação corporativa, atirando para cima dos Sindicatos a responsabilidade de ausência de acordo.

Porém, esquece-se de referir que os Sindicatos enviaram um pedido de reunião há cerca de duas semanas, ao qual a empresa não se dignou responder.

No mesmo sentido, decide aplicar arbitrariamente um aumento de 1,5% que, olhando à média salarial da empresa, fica muito abaixo dos 25€ e 25 dias de férias que havia já proposto antes.

Ler comunicado da Comissão Negociadora Sindical em pdf. 

AVIPRONTO recua e Tribunal dá razão aos Trabalhadores – NOTA DE IMPRENSA

O Tribunal de Vila Franca de Xira decidiu, no passado dia 18 de agosto, a favor dos Trabalhadores da Avipronto, na providência cautelar que interpuseram contra a tentativa ilegal da empresa com vista à implementação do regime de laboração contínua. No Tribunal, a Avipronto deu o dito por não dito, dizendo que se tratava de uma mera ação de consulta e que apenas pretendia saber da disponibilidade dos Trabalhadores.

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A decisão é uma vitória clara dos Trabalhadores por via da sua organização, com acompanhamento total do SINTAB, que juntou TODOS os Trabalhadores em oposição à implementação de horários desregulados e que desvalorizam a sua vida familiar.

A decisão do Tribunal foi clara, contra a pretensão da empresa, deixando antever decisão no mesmo sentido caso a Avipronto insista nesta intenção.

Recordamos que os Trabalhadores da Avipronto estão também em greve a todo o trabalho suplementar, desde março, por a empresa ter decidido, de forma arbitrária e unilateral, deixar de aplicar o contrato coletivo do setor, alegando a sua caducidade, o que é mentira.

As estruturas de representação dos Trabalhadores irão, por isso, interpor uma ação coletiva contra a Avipronto, no mesmo Tribunal, exigindo a reposição do cumprimento do CCT do setor do abate de aves.

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Greve na Super Bock arranca com boa adesão e violações do direito à greve.

A greve dos Trabalhadores da SUPER BOCK arrancou hoje com grandes níveis de adesão, apesar das pressões exercidas sobre os Trabalhadores nos últimos dias, e de alguns incidentes identificados como violação do direito à greve.

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No serviço de enchimento, durante o primeiro período de greve, entre as 9:00h e as 11:00h, o panorama foi o seguinte:

  • Linha 1 – Totalmente parada durante todo o período de greve;
  • Linha 2 – Os Trabalhadores iniciaram a greve, mas foram, à posteriori, deslocados para outro setor e substituídos por Trabalhadores temporários;
  • Linha 3 – Totalmente parada durante o período de greve;
  • Linha 5 – Totalmente parada durante o período de greve;
  • Linha 6 – Parada durante parte do período de greve, por avaria, sem técnicos de manutenção devido à greve;
  • Linha Barril – Trabalhou, durante todo o período de greve, com metade da tripulação e restantes Trabalhadores temporários. Cadência de trabalho muito baixa por falta de pessoal qualificado.

No serviço de produção (adega e fabrico de cerveja), em que uma paragem exige procedimentos com 6 horas de antecipação, a direção do serviço não precaveu a greve, impossibilitando que os Trabalhadores a ela pudessem aderir sem pôr em causa, quer a segurança das instalações e equipamentos, quer a qualidade do produto.

Temos ainda informação de vários Trabalhadores dos serviços administrativos, a maioria em teletrabalho, que nos deram conhecimento da sua intenção de fazer greve.

As situações identificadas que constituem, no nosso entender, ilegalidades no âmbito da sonegação do direito à greve e substituição de Trabalhadores em greve, serão, de imediato, denunciadas às autoridades.

A Direção do SINTAB saúda todos os Trabalhadores pela forma como têm enfrentado a adversidade dos últimos dias e demonstrado a sua predisposição para a defesa dos seus direitos.

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Super bock reforça pressão aos Trabalhadores, em comunicado escrito

A Super Bock reforçou, hoje, a pressão exercida nos últimos dias sobre os Trabalhadores, em tentativa de desmobilização da greve, num comunicado escrito em que assume e solidifica aquilo que, ontem, desmentiu à comunicação social.

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Numa comunicação por e-mail remetida a todos os Trabalhadores, a Super Bock volta a referir, ainda que recorrendo a variações semânticas, que a assinatura do acordo de laboração contínua implica não fazer greve e declara ter reunido com Trabalhadores para os informar disso mesmo, assumindo agora a evidência daquilo que, ontem, desmentiu à Comunicação Social, e que o que o SINTAB considera ser uma chantagem sobre os Trabalhadores para provocar uma baixa adesão à greve.

Tal como o SINTAB informou, o processo de negociação das condições de laboração contínua mantém-se dinâmico e não está ainda fechado, havendo uma grande quantidade de Trabalhadores que não aceitam a proposta da empresa por conter cláusulas que, tanto a CT como o SINTAB, apelidaram de ilegais e abusivas, o que se comprova com este atabalhoado aproveitamento da empresa.

A greve que os Sindicatos agendaram para os próximos dias deve-se à falta de dinâmica, provocada pela empresa ao parar a negociação, quando declara ter apresentado uma proposta final, que não é satisfatória para os Trabalhadores.

O processo de revisão do ACT Super Bock, e consequente aumento salarial, provoca preocupações abrangentes à universalidade dos Trabalhadores da empresa, de onde se destaca a maioria, que não trabalha em laboração contínua. Dessa forma, esta atitude da empresa, que nos parece maquiavelicamente premeditada, visava já ferir de morte quaisquer decisões futuras de luta dos Trabalhadores, conforme a própria empresa assume na sua comunicação de hoje, ao considerar que “a aceitação do acordo de laboração contínua pressupunha o compromisso dos trabalhadores de não perturbar a paz social e, muito concretamente, de prestarem a sua atividade de modo efetivo, empenhado e eficiente, assim contribuindo para a melhoria da produtividade da empresa”

Quem aceita o acordo de laboração contínua não tem de abdicar de nenhum direito (desde logo o da greve) e muito menos ser coagido a não reclamar aumentos salariais e dias de férias que estão a ser negociados para toda a gente e que nada tem a ver com a laboração contínua.

Isto é, de forma clara, entendível como condicionante do direito à greve!

Na fase final deste processo negocial, os representantes do SINTAB afirmaram por diversas vezes que o acordo parecia estar perto de se concretizar, por comparação das posições das partes. Infelizmente, a Empresa tentou aproveitar-se disso, congelando demasiado cedo a sua posição, numa tentativa de forçar ajustamentos consecutivos e unilaterais da parte dos sindicatos.

Por todos estes motivos, a direção do SINTAB considera ser este o momento de avançar com a denúncia de todas as irregularidades registadas ao longo deste processo.

Assim, procederemos à denuncia e requerimento de intervenção das autoridades competentes sobre o seguinte:

  • Substituição ilegal de trabalhadores em greve, durante o período de greve ao trabalho suplementar, recorrendo à alocação de Trabalhadores temporários para trabalhos fora do âmbito do motivo justificativo que validava a sua contratação;
  •  Alteração das escalas, horários, e regimes de trabalho na área fabril de Leça do Balio, que diminuíram, por opção, o tempo de ocupação das instalações próprias para recorrer à contratação externa desses mesmos serviços, em instalações da concorrência, o que nos parece representar uma situação de lockout, proibido por lei;
  •  Alteração das escalas, horários, e regimes de trabalho na área fabril de Leça do Balio, contra a recomendação do governo, implementando horários que passaram a promover o cruzamento total entre trabalhadores, de formas diversas, entre todos, quando anteriormente se trabalhava em espelho;
  •  Condicionamento do direito à greve;

Perante esta descarada predisposição da SUPER BOCK para se aproveitar da crise sanitária, atacando em força os direitos dos Trabalhadores, a resposta é só uma e deverá mostrar de forma clara, à empresa, que os Trabalhadores não aceitam e repudiam estes comportamentos que denigrem não só o bom nome da empresa como o prestígio das suas marcas.

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SUPER BOCK chantageia Trabalhadores para baixar adesão à greve – NOTA DE IMPRENSA

A Super Bock está a chantagear os Trabalhadores para não aderirem à greve convocada para os próximos dias 5, 6, 7, 8, 9 e 10 de agosto, ameaçando-os com o corte de 30% do salário.

Super Bock chantageia trabalhadores

Vários Trabalhadores têm denunciado, ao SINTAB, estarem a ser vítimas de abordagem direta, quer das suas chefias, quer de altos quadros do departamento de recursos humanos, ameaçando-os com o corte integral do subsídio de escala previsto nos acordos de laboração contínua recentemente assinados entre a empresa e os Trabalhadores.

Em causa está uma cláusula do acordo de laboração contínua que, tanto a Comissão de Trabalhadores como o SINTAB, consideram abusiva e inadmissível, constituindo a aplicação de uma “mordaça” nos Trabalhadores por exigir ausência de quaisquer ações de luta durante a sua vigência, tendo sido, por si, suficiente para que estes acordos não tenham merecido o seu patrocínio.

O SINTAB considera que a inscrição de qualquer cláusula, em qualquer acordo, que retire aos Trabalhadores o direito de lutar pela melhoria dos seus direitos, salários, e condições de trabalho, além de obscena e ilegal, representa uma aberração social que devia envergonhar os seus responsáveis.

Além do mais, a greve agora convocada advém da indisponibilidade da empresa para assegurar aumentos salariais em 2021, coerentes com a distribuição de lucros pelos acionistas, nada tendo a ver com a laboração contínua.

Estas atitudes solidificam as denúncias que o SINTAB tem vindo fazer relativamente à crescente predisposição da Administração da SUPER BOCK para o confronto com os Trabalhadores e os seus representantes, abdicando da procura de soluções consensuais e equilibradas. É também, a verificar-se a aplicação desta chantagem, mais um acordo que os altos responsáveis da SUPER BOCK assinam com os Trabalhadores para depois não cumprir, conforme aquele que foi firmado sob a chancela do Ministério do Trabalho, para integração de Trabalhadores com vínculos precários, e rasgado poucos meses depois.

Sem mais,
A Direção Nacional do SINTAB.

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Ausência de acordo para aumento salarial dita greve dos Trabalhadores da Super Bock

A ausência de acordo para aumento salarial na Super Bock levou ao agendamento de uma greve com paragens parciais em todos os turnos, nos dias 5, 6, 7, 8, 9 e 10 de agosto. Os Trabalhadores protestam assim contra o desrespeito da empresa pela lógica negocial e a não observância de paralelismo com a distribuição de lucros pelos acionistas.

Greve na Super Bock

Greve na Super Bock

Os Sindicatos tinham apresentado, em novembro de 2020, uma reivindicação de aumento salarial de 90€ e diversas melhorias no clausulado do seu Acordo Coletivo de Trabalho, de onde sobressaíam o direito a 25 dias de férias e 35 horas de trabalho semanal.

Numa primeira fase, a empresa escusou-se na desculpa da pandemia para nem sequer reunir com os Sindicatos, algo que só foi possível já em fevereiro deste ano, onde apresentou uma proposta de aumento zero para 2021.

Essa postura da empresa levou já a que os Trabalhadores tenham estado em greve, durante o mês de junho, e deliberado, em plenário, a necessidade de a empresa apresentar propostas de aumento salarial condizentes com a distribuição de lucros aos acionistas que, em anos de pandemia, atingiram os valores mais altos de sempre.

Já durante o mês de julho, pressionada pelos Trabalhadores, a empresa apresentou aos sindicatos uma proposta de aumento salarial ligeiramente acima da inicial, mas que, perante o condizente ajustamento de valores da parte dos sindicatos, não respeitou a lógica negocial, congelando a sua posição em valores que sabia estarem, ainda, aquém dos mínimos aceitáveis pelos Trabalhadores.

A Super Bock é a empresa líder do setor das bebidas nacional e detentora de marcas como a Super Bock, Pedras e Somersby, líderes nos seus segmentos. A Administração da Super Bock distribuiu, em 2020, o valor recorde de 55 Milhões de euros em dividendos, pelos seus dois acionistas (Violas e Carlsberg) e 44 Milhões de euros já em 2021.

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ACT Super Bock sem acordo

No seguimento da reunião do dia 21 de julho, os Sindicatos e a empresa encontraram-se hoje com vista a uma reflexão das posições daí resultantes, em mais uma tentativa de convergência, com vista a um acordo para revisão do ACT Super Bock. Confirmou-se assim o distanciamento de posições que não permite, ainda, essa convergência e, consequentemente, um acordo final.

Sendo as propostas iniciais dos Sindicatos aquelas que os Trabalhadores conhecem, e tendo estes, ao longo do processo, ajustado essas mesmas posições, unificando-as até, sempre de acordo com a leitura daquilo que os Trabalhadores lhes foram fazendo chegar, a empresa, tendo inicialmente, e durante algum tempo, dado indicações de não querer aumentar salários em 2021 nem ajustar cláusulas que impliquem valor económico, acabou por evoluir a sua proposta, mas estagnou-a em valores que os Trabalhadores nos indicam ser insuficientes, excluindo ainda metade do ano de 2021, ao propor efeitos a partir de 1 de julho.

Ora, perante as evidências, e não estando os Sindicatos disponíveis para ajustar ainda mais as suas propostas, até porque isso excederia o mandato dado pelos Trabalhadores, estando a empresa a assumir uma posição de irredutibilidade, não aceitando ir de encontro aos valores mínimos que os Trabalhadores definiram como aceitáveis, o processo está numa situação de impasse que nos remete para o cumprimento daquilo que nos incumbiram os Trabalhadores na moção resultante do plenário de 29 de junho de 2021.

Assim, os Sindicatos remeterão ao Ministério do Trabalho um pedido de conciliação e agendarão, conforme vontade dos Trabalhadores, ações de luta diversas.

Leça do Balio, 27 de julho de 2021.

Aceder ao comunicado em PDF

ONDAS DE CALOR E USO DE EPI, COMO LIDAR?

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Os especialistas alertam para a chegada da primeira onda de calor neste verão e os Trabalhadores anteveem os problemas que isso lhes traz para o desempenho das suas tarefas no posto de trabalho, especialmente se adicionarmos a utilização de determinados EPIs que em nada ajudam a refrescar…

Antes da chegada da primeira onda de calor do verão, lembramos que o corpo precisa de 5 a 7 dias para se adaptar às altas temperaturas e poder suportar o calor no trabalho.

No primeiro dia de trabalho em ambientes quentes o Trabalhador sofre picos de tensão e angústia durante a jornada de trabalho, devido ao fato de a temperatura corporal, o número de pulsações e o desconforto em geral aumentarem consideravelmente. Este é um fenómeno que se esbate durante cerca de uma semana, mas, ainda assim, uma vez decorrido este período de adaptação, não devemos serenar totalmente.

Uma grande parte dos Trabalhadores estão obrigados ao uso de equipamentos de proteção individual, e isso contribui para o aumento da probabilidade de sofrer de stress térmico. Explicamos em que consiste, quais os seus sintomas, para os quais devemos estar alerta, e como evitá-lo.

A sua prevenção deve fazer-se, desde logo, por uma escolha cuidada da roupa adequada à temperatura em que o trabalho é realizado e dos EPIs que devem proteger dos riscos inerentes à atividade. Nesse sentido, o vestuário de trabalho deve ter especial atenção ao seu isolamento térmico, arejamento por evaporação do suor e proteção contra queimaduras.

Coletes de refrigeração: um dos últimos avanços da tecnologia para controlo da temperatura corporal:

Pesquisadores da Radboud University Medical Center, nos Países Baixos, testaram uns coletes de refrigeração, originalmente projetados para atletas de alta competição, em equipas de enfermagem que trabalham longos turnos nas enfermarias COVID, com uso contínuo de EPIs.

Os coletes são armazenados num frigorífico, antes de serem usados, e colocados à disposição dos funcionários dentro de uma caixa térmica portátil. Possuem 36 compartimentos (bolsos) que contêm um material refrigerante armazenado em invólucros termoplásticos de poliuretano.

Os Trabalhadores usaram estes coletes por cima do vestuário de trabalho, mas por baixo do equipamento de proteção COVID. O efeito sobre a temperatura corporal é mínimo, mas os voluntários do estudo registaram frequências cardíacas mais baixas durante o trabalho, sugerindo uma diminuição nos níveis de stress. Estes coletes podem ser uma boa solução em postos de trabalho onde o stress térmico é comum ao longo do ano ou, ocasionalmente, no verão.

Sapatos e luvas respirantes:

Houve também, recentemente, grandes avanços no calçado de segurança, levando ao aparecimento de novos modelos com tecnologia de recirculação do ar. São modelos em que, ao caminhar, a pressão no calcanhar empurra o ar para a frente, eliminando a umidade. O ar quente e húmido, ao ser empurrado para a frente, remove o calor interno e mantém o pé seco. No mesmo sentido, está provado que a utilização de uma biqueira não metálica, mais leve, mais elástica, não magnética, e termo-isolante pode garantir um maior conforto térmico nos pés do Trabalhador.

No que toca às luvas, foram desenvolvidos novos modelos que permitem uma melhor ventilação. As mãos possuem 83% mais glândulas sudoríparas do que em outras partes do corpo, o que, em resposta ao aumento de temperatura, resulta no seu encharcamento com suor. Estas novas luvas possuem um agente químico, não nocivo, que é libertado consoante o aumento de temperatura, para manter as mãos secas e frias, sem interferir com a termorregulação corporal.

As cintas de apoio lombar são também uma fonte de calor, e uma das medidas de prevenção é, simplesmente, usá-las apenas durante a execução de trabalhos de cargas e descargas.

Perante uma onda de calor, é imprescindível reforçar a ação preventiva.

A não utilização dos EPIs não é uma opção. Além de obrigatórios, são a única garantia de manutenção da saúde e integridade física do trabalhador, mesmo quando promotores de condições que concorrem para o aumento de perigo de stress térmico.

No SINTAB, sugerimos aos Representantes dos Trabalhadores para a segurança e saúde no trabalho que exijam, nas empresas em que trabalham, a implementação de medidas coletivas de prevenção. Caso não seja possível, devem então partir para a utilização de EPIs tecnologicamente mais avançados, devidamente certificados, que mitiguem os efeitos adversos do calor que, em última instância, podem causar a morte por insolação.

Os impactos do excesso de calor são vários e incidem, sobretudo, no agravamento de outros problemas, como as doenças cardiovasculares ou neurológicas, o aumento da mortalidade por Parkinson e demência, e a propensão para o aparecimento de doenças renais.

Por esse motivo, deve-se promover a realização de exames médicos periódicos para deteção de patologias que podem estar descompensadas.

Jornada de Ação e Luta na Carsiva – Ponte de Lima

No âmbito da jornada de ação e luta da CGTP, o SINTAB esteve hoje em Ponte de Lima, em contacto com os Trabalhadores da CARSIVA, Entreposto Comercial De Carnes.
Nesta indústria, além da caducidade da contratação coletiva que a associação patronal forçou, e o governo deu cobertura, de modo a precarizar as relações laborais dos seus Trabalhadores, sonegando-lhes direitos conquistados em décadas e décadas de luta, verifica-se, nos últimos anos, e por vários motivos, um recurso abusivo a mão de obra estrangeira, de Trabalhadores imigrantes, em grande escala ilegais.
A estes Trabalhadores, além da total inexistência de direitos, contratos e horários, verifica-se ainda a situação obscena de a simples existência de contrato de trabalho ser proposta aos Trabalhadores como ela mesma, em si, substituta a parte da remuneração.

O SINTAB continua a promover, País fora, o contacto com os Trabalhadores migrantes, demonstrando o seu direito à igualdade de direitos.

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